Certa
vez conversava com um jovem brasileiro e tudo dele terminava e começava com o “meio
que”. Era um jovem genial, mas toda vez que em seu discurso entrava o meio que
, parecia que tudo que ele tinha falado até aquele momento não era tão seguro
assim.
A gíria da incerteza, da insegurança, do existencialismo
em crise: MEIO QUE.
Se alguém meio que está
nervoso, meio que gosta, meio que odeia, meio que, meio que, meio que....é
difícil saber o que realmente pensa.Ou a pessoa GOSTA ou ela não gosta.Ou a
pessoa está um pouco nervosa, ou a pessoa está super nervosa ou está calma.
Que crise existencial é essa que o jovem não
sabe mais se decidir? Principalmente o jovem que sempre teve a fama de rebeldia
e a rebeldia pede afirmação do eu. Mas sendo meio que não existe eu para ser
afirmado. A dúvida faz parte, mas não ao ponto de anular personalidades e
decisões. Com jovens confusos e indecisos é ótimo para os governantes
que não precisam ter muito esforço de manipular mentes vazias. E qualquer coisa
dita é fato corrido e não entendido em sua plenitude gramatical e contextual.
Ainda falando meio que, um tempo atrás
estava vendo o seriado the big bang theory e o Leonard respondeu kind of.... e
na legenda veio meio que. Claro que tratando de uma série de nerd o Leonard estava
sendo sarcástico só para variar. Por que não importa língua, determinadas
gírias para pessoas que consegue ver além de uma “ simples “ palavra ou
simplesmente gostam do bom costume da gramática , será sempre um incomodo para
os ouvidos.
Texto de Rani MOL